quinta-feira, 19 de maio de 2011

A Paixão (segundo Nicolau Viola)



Quem não conhece esta música do Rui Veloso? Tem quase tantos anos como eu, mas ainda se houve muitíssimo bem. No entanto, pela primeira vez, fiquei a pensar enquanto a ouvia.

            Porque havia alguém de querer mudar a pessoa que ama? Quando se apaixonou por aquela pessoa, não sabia como ela era? Porque há-de querer então moldá-la, treiná-la aos seus gostos?

            Eu gosto de ouvir a chuva a cair, de paisagens campestres, de uma boa bavaroise e de ler. Se namoro com uma pessoa que gosta de sol, de praia, de baba de camelo e de ouvir música, porque hei-de tentar moldá-lo à minha imagem? Não sabia já como essa pessoa era quando comecei a namorar com ela? Provavelmente não. Ter-me-ei dado sequer ao trabalho de a tentar conhecer?

            Ou voltamos ao conceito de máscara? E a pessoa com quem namoramos induziu-nos a pensar que era de uma determinada maneira e depois revelou-se outra completamente diferente? E nesse caso, o erro parte de quem mente ou de quem tenta moldar a pessoa àquilo que gostaria que fosse, em vez de aquilo que realmente é?

Fica a questão.

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