Hoje farias 90 anos. 90 primaveras, vividas com toda a calma, um dia de cada vez. Eras a pessoa mais calma que eu conheci. Devia ter herdado essa costela, avó.
Hoje era o teu dia, e estarás ainda mais presente no meu pensamento do que o costume. Lembras-te como gostavas do meu caril? ("Tu lá vais descobrir estas coisas, lá ao pé de mim não há nada disto!"). Lembras-te como apreciavas um bolinho para o chá? ("Quando o teu pai era pequenino, fazia dois grandes bolos ao domingo; quando chegávamos a sexta-feira já não havia nada."). E dos livros, avó? ("Muito lês tu; fazes-me lembrar eu quando o teu avô era vivo, tinha sempre um livro na mala").
Há quase três semanas que ficaste em paz. Mas estás tão viva no meu coração como sempre estiveste.
Feliz aniversário, avó.
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