quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Da Finlândia com Saudades



Ouvi hoje nas notícias que o nosso estimadíssimo – e empobrecido! – Presidente da República está de visita à Finlândia. Ora bem, se o homem para se deslocar aos Açores levou uma pequena comitiva com alguns 12 seguranças, para ir à terra do gelo deve ter levado um exército atrás.

 Espero que se tenha lembrado das luvas que aquilo por lá é fresquinho.

 Então andava o homem nas suas passeatas quando se lembrou de dizer que espera que esta visita aproxime Portugal da Finlândia. Dei comigo a pensar, uma vez que geograficamente falando Portugal só vai para o pé da Finlândia se uma carrada de maremotos o empurrarem, o homem (e uso este termo liberalmente) só pode estar a referir-se ao estilo de vida. Ora bem, se na Suécia e na Finlândia os políticos vão trabalhar de autocarro, penso que em Portugal ficava resolvida de uma vez por todas a questão de tempos de espera de quase uma hora nas paragens dos autocarros. Não se podia pôr o PR a congelar aquele rabo nojento e magrelas por uma hora!

 Aproximar em quê, senhor Presidente? Vão finalmente dar-nos ordenados em condições em vez de exortarem os jovens a abandonarem o país? Vão auxiliar à criação de postos de trabalho ou, pelo menos, à manutenção dos já existentes? Vai parar de pagar a um exército de seguranças para garantirem que ninguém atira nesse coiro escanzelado e miserável? Vai parar de se queixar sobre as suas despesas e ver o tamanho que a fila para a sopa do sidónio já atinge?

Posso não ser expert em economia, mas tenho um merdímetro muito afinado. E até eu sei que dinheiro gera dinheiro. Se estafarem o cavalo, ele morre e aí é que não rende nada. Se o povo português não tiver dinheiro, não compra. Se não compra, a economia não se movimenta. Se a economia estagna, não há crescimento económico. Entendeu? Ou quer que chame um autista para lhe explicar? Deixei de ouvir as notícias no canal 1 porque só ouço propaganda em prol do governo, ou futebol com fartura. Nunca apreciei muito a sic, muito embora admire o facto de se recusarem a usar o (des)acordo ortográfico. Sobra a tvi, que ainda não percebeu bem para que lado há-de cair. Não há dúvida que a Manuela Moura Guedes faz lá falta. Podia não gostar da mulher, mas tenho de admitir que tinha uma forma muito directa de expôr os problemas, não andava com rodeios nem rodriguinhos.

E agora a pergunta do milhão de euros: quem é que paga esta viagem de luxo para si e para o seu exército de chulos e segurança? Quem já não tem nada a perder.

E, senhor Presidente, caso essa cabeça burra e esclerosada ainda não tenha atingido esta conclusão óbvia, não há animal mais perigoso do que aquele que não tem nada a perder.

Resta-nos esperar que o senhor e a sua comitiva se percam num qualquer glaciar. Pode ser que os finlandeses apreciem mais a sua visita do que nós a sua presença. E não se esqueça de mandar saudades, que é coisa que cá não deixou.


 
  

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